Geração de robôs atendentes chegam ao Brasil e, com eles, a inteligência Artificial torna-se cada vez mais próxima do setor. Porém, custo alto é barreira de entrada.
Muita gente se lembra da Rosie, a empregada robô de “Os Jetsons”, desenho animado futurista criado pela dupla William Hanna (1910 – 2001) e Joseph Barbera (1911 – 2006). A animação se passava em 2062 e vislumbrava um futuro high tech. Embora ainda não tenhamos carros flutuantes andando por aí, robôs no melhor estilo Rosie já estão entre nós – de uma forma ou de outra.
Um dos modelos mais recentes de robôs trazidos para o Brasil foram os da empresa chinesa Pudu Robotics. O portfólio reúne desde robôs voltados para a desinfecção de ambientes, como é o caso do Puductor 2, até o modelo BellaBot, que tem o design desenvolvido para a interação com o ser humano. Com orelhas de gatinho e uma tela por onde esboça expressões faciais, o robô “é capaz de responder a mais de 100 situações diferentes”, afirma Pedro Dávila, representante comercial da empresa chinesa aqui no Brasil. Desde cumprimentar os clientes com ‘bom dia’ e ‘boa noite’, até o robô chamá-los pelo nome, apresentar o cardápio, conduzir até a mesa etc..
Além de sensores de navegação autônoma, que permitem que o robô seja capaz de mapear o ambiente e todos os seus possíveis obstáculos, o equipamento também é capaz de decorar os números das mesas dos clientes. O BellaBot tem ainda compartimentos onde é possível encaixar as bandejas com os pedidos, que o robô leva até a mesa. “Quando chega ao cliente, as luzes da bandeja onde está o pedido dele se acendem e, se o cliente pegar a bandeja errada, o robô chama a atenção”, conta Dávila.
Inteligência Artificial
Equipamentos como esse tem a premissa de funcionar por meio da inteligência artificial (IA), que consiste em um sistema no qual dispositivos eletrônicos funcionam como se seguisse a lógica do pensamento humano. “A ideia é que máquinas possam agir ou responder a estímulos, com base em análises e treinamentos, como o cérebro humano faria”, explica o especialista no mercado de TI, Marcio Blak, que é consultor estratégico para assuntos de tecnologia de sistemas de gestão para o setor de food service e colunista do Food Connection.
Com isso, os equipamentos podem ser capazes de prever determinadas situações, encontrar a solução de problemas, como se fossem capazes de desenvolver um raciocínio lógico. “Cada vez mais, a tecnologia evolui, os algoritmos ficam mais eficientes e temos a nítida impressão que do outro lado da máquina tem um ser humano reagindo”, define Blak.
Existe uma vertente da IA chamada machine learning, na qual as máquinas são capazes de aprender a executar determinadas tarefas sem, necessariamente, ter um ser humano no comando.
Porém, o colunista do Food Connection alerta que “nem tudo pode ser classificado como inteligência artificial, pois existem coisas que ‘parecem’ IA, mas, na verdade, apenas fazem caminhos de ‘se, então’, para responder ao usuário do outro lado”, explica ele.
A inteligência artificial também pode ser de grande utilidade para o setor de food service, mas não necessariamente na forma de robôs. “A inteligência artificial tem muita utilidade quando aplicada para descobrir padrões, repetindo análises em cima de experiência pregressa. Pode-se analisar, por exemplo, as compras de um restaurante e, a partir daí, oferecer um perfil de insumos alternativos. Também pode adiantar um padrão de consumo, a partir de eventos anteriores, por exemplo, ajustando equipe ou compras para a chegada de um feriado à frente”, exemplifica Blak.
Custo-benefício dos robôs
Desde a Alexa até os aspiradores de pó, os robôs já fazem parte do nosso cotidiano. E tudo indica que, logo mais, fará parte do staff dos restaurantes. “Trata-se de uma nova tecnologia que vem para somar às equipes dos restaurantes e, ao mesmo tempo, causar encantamento nas pessoas. Os robôs atendentes têm muito potencial por aqui, já que o brasileiro adora tecnologia”, diz Dávila.
Porém, quem tiver interesse em investir nos robôs, vai ter que desembolsar, no mínimo, R$ 60 mil reais – o valor se refere a modelos mais simples. Blak acredita que ainda vai levar um tempo para que tecnologias como essa sejam implementadas no Brasil.
“Gosto muito de robôs, mas as iniciativas ainda são muito caras. Não eliminam 100% da mão de obra humana e, quando falamos daqueles robôs que atuam em cozinha, por exemplo, ainda executam tarefas repetitivas em sua maior parte”, alerta o colunista do Food Connection.
Só o futuro dirá se teremos versões melhoradas da Rosie por aí – ou carros voadores.
Marcio Blak, ajudando as empresas de software de varejo, food & franquias a crescer.
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